No Estado da Bahia, 786 farmácias operam sem a presença de farmacêuticos, enquanto outras 80 funcionam completamente fora da legalidade -- sem registro, segundo dados do Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA). Esses estabelecimentos clandestinos e irregulares representam um perigo para a saúde pública, especialmente na venda de medicamentos controlados sem supervisão adequada. Até setembro de 2024, foram realizadas 16.289 inspeções, que resultaram em 1.487 autos de infração, com operações conjuntas envolvendo a Vigilância Sanitária, o Procon e a Polícia Civil. "Então o risco de você comprar um produto adulterado, um produto falsificado e não poder ter uma cadeia de responsabilização em função disso é grande, porque se ela está nessa condição de regularidade, muito provavelmente a própria composição do seu estoque, que depende de toda essa documentação ajustada para poder ser adquirido, deve ter sido adquirida de forma também não muito correta", alerta o diretor do CRF-BA, Francisco Pacheco. Outro problema grave está nas farmácias irregulares, que, embora tenham registro, operam sem a presença de um farmacêutico em determinados horários. "Ao receber a fiscalização, é identificado que o farmacêutico não está presente como responsável técnico, o que leva a uma falta de assistência à população", explica Pacheco. Isso significa que, nesses momentos, os clientes não têm a orientação profissional necessária para o uso correto dos medicamentos. Em relação às penalidades, as farmácias ilegais podem ser fechadas pela Vigilância Sanitária, que tem o poder de polícia para atuar nesses casos. Já os farmacêuticos ausentes podem enfrentar processos éticos, com penalidades que variam de advertências à perda da licença profissional, dependendo da gravidade da infração.